30/08/2014

RÁDIO ONDA LIVRE - Entrevista com a escritora Teresa Martins Marques


O RESGATE DO RESPEITO E DO AFECTO, por Helena Martins Marques Faria


A MULHER QUE VENCEU DON JUAN:
O RESGATE DO RESPEITO E DO AFECTO
  Como profissional de educação, não posso deixar de dar os parabéns à minha querida irmã, pelo exímio tratado de educação que tão sabiamente desenvolveu no romance A Mulher que Venceu Don Juan.
Um livro abrangente que versa toda a espécie de violência, não esquecendo a violência dos filhos em relação aos pais. A nossa geração quis dar o melhor aos filhos, sonhámos grandes sonhos para eles, foram criados como "reizinhos" e agora?
Assistimos a comportamentos de filhos que não reconhecem a autoridade dos pais e não refiro autoritarismo. Nivelam as relações como se fossem iguais entre si. Não tendo a noção da dívida moral e ética que o filho tem na cadeia da existência.
É fundamental o resgate do respeito e do afecto.


Helena Martins Marques Faria

22/08/2014

ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA - «Não venceu só o Don Juan, venceu os cobardolas.»

ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA
(Professor catedrático da Brown University- EUA)
Foi um tal trambulhar estes dias. Chegar a casa  e ter de ficar lá muito pouco tempo porque... Guess what?  o tema do seu romance: tínhamos emprestado a casa a uma amiga com dois filhos que teve de sair de um casamento por causa de uma situação semelhante às das mulheres do seu romance. Como o divórcio ainda não está resolvido, deixámo-la ficar lá até ao final do mês e viemos para o Maine. No meio disto tudo, o seu livro ficou atrás num dos caixotes trazidos de Lisboa. Portanto, tudo o que aqui disser é de cor.
Acho que a expressão da Leonor - um page turner - está correcta. Chega-se ao fim de uma página e quer-se logo passar à seguinte a ver o que se vai passar. Estão sempre a acontecer coisas e por isso, nesse aspecto, o livro tem muito de TV e de filme, até porque não me recordo de um livro português com tanto diálogo. É impressionante a vivacidade deles, as temáticas abordadas, a vida que as cenas ganham naquelas trocas de frases. Tem aí uma grande novidade na literatura portuguesa, sempre muito descritiva e algo mortiça.
O livro é também um belo retrato da sociedade portuguesa de hoje e dos seus problemas que afloram a cada passo nos diálogos.
Pareceu-me que, para um romance, a protagonista é demasiado impecável, como se se tratasse de uma novela exemplar. Distingo aqui as pessoas da vida real e as personagens de romance, que normalmente (no romance moderno) costumam ser complexas e exibir atitudes nem sempre recomendáveis. Ou pelo menos auto-irónicas.  É verdade que a certa altura ela afirma só ter dúvidas, mas acaba nunca agindo como se as tivesse. Sabe sempre o que deve ser feito e sem qualquer hesitação. Repito: estou a falar da personagem do romance.
Claro que estou demasiado influenciado pela escrita anglo-americana, mas  o enredo, o estilo cinematográfico e os vivíssimos diálogos não me faziam lembrar outra coisa. E ainda bem porque não tenho pachorra para o moer em vão de muita ficção portuguesa.
Aqui e acolá, pareceu-me um excesso de erudição. Também - e para continuar a ser completamente sincero - não fiquei convencido da necessidade de mencionar pessoas da vida real pelo seu nome, sobretudo porque o faz apenas para elogiá-las. Faltou o outro lado. Já que preferiu não acrescentar essa outra dimensão, creio que teria sido melhor usar nomes fictícios.
Tudo isso são registos de leitor que têm a ver só comigo e com as minhas preferências. Disse-lhe do que gostei e do que gostei menos.
E não lhe falei ainda do meu muito agrado pelas posições éticas que defende ao tratar de um problema tão sério como esse da situação das mulheres abusadas. No meio de tanta literatura pós-moderna que não se preocupa com a  ética, tiro-lhe o chapéu. Não venceu só o Don Juan, venceu os cobardolas.

ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA (Professor catedrático da Brown University- EUA)


Biografia
Estudou no Seminário de Angra e depois na Universidade Católica, em Lisboa, onde se bacharelou em 1972, ano em que emigrou para os EUA. Em 1977 completou uma licenciatura e em 1980 um doutoramento no Departamento de Filosofia da Brown University (Providence, Rhode Island). Em 1975 começou a leccionar no Centro de Estudos Portugueses e Brasileiros dessa mesma universidade, que ajudou a criar. Em 1981 foi nomeado Assistente nesse Centro; em 1987, promovido a Professor Associado; em 1991, a Professor Catedrático. O Centro entretanto passou a Departamento e foi dele seu director de 1991-2003. É Fellow do Wayland Collegium for Liberal Learning, um Instituto de Estudos Interdisciplinares na Brown University, onde lecciona uma cadeira sobre Valores e Mundividências.
Para além das obras em livro, tem centenas de escritos em revistas e livros colectivos. Fundou e dirige a editora Gávea-Brown, dedicada à edição em inglês de obras de literatura e cultura portuguesas, que edita também a revista Gávea-Brown – a Bilingual Journal of Portuguese American Letters and Studies, que ele fundou e co-dirige. É co-editor do e-Journal of Portuguese History e de Pessoa Plural, ambas revistas electrónicas editadas em cooperação internacional e publicadas na Brown University.
Desde 1979 mantém um programa bimensal no Portuguese Channel, de New Bedford, Massachusetts, e durante dois anos manteve um programa semanal – “Onésimo à conversa com…” – na RTP Açores. Foi colaborador regular n’ O Jornal e no Diário de Notícias. É colaborador regular na revista LER, na PNETLiteratura e no Jornal de Letras. Entre as organizacões a que pertence, é membro da direcção da PALCUS – Portuguese-American Leadership Council of the United States. Foi Vice-Presidente do Rhode Island Council for the Humanities e da Associação Internacional de Lusitanistas. Foi eleito Membro da Academia Internacional de Cultura Portuguesa.

18/08/2014

Maria Margarida Cascarejo - Variações sobre um Tema

Teresa Martins Marques
       a propósito de   A Mulher que Venceu Don Juan
               de Teresa Martins Marques

 Era uma vez
Uma Princesa
Com nome helénico
Mas não Helena
Que nasceu na Cidade Alta
Mas não Atenas …
De neves Eternas !

Um dia decidiu
Descer da sua Torre de Marfim
Onde na sua Infância
Passava os dias sem fim
Envolta no seu casaquinho
De pele alva                                                                
Alva como as Neves Eternas
Alva, digno de uma Princesa
 De Cidade Alta
Mas não Atenas !
Every face, a different shade

E decidiu descer ao Mundo Real …
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
… Quando amadas se perfumam
… Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram …

Fazendo o percurso inverso
Do tradicional, ardente
Caçador de Princesas,
Garbosos Adónis
De Atenas …

Mas
… faces in an inhuman race
Os enigmas habituais
Agora mais pareciam … virtuais
Os crocodilos do fosso
Meras lagartixas LACOSTE
De contrafacção !
Run and hide
But a face will still pursue you !
O dragão tinha dentes
Amarelecidos
O seu fogo
Em crise de petróleo, talvez !
Mas no fim da noite
Aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas !

A ponte levadiça fez-lhe lembrar
Tower Bridge, tão amada …
Ahhhhhhhh, aquele azulinho claro
Inocente !
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Têm medo apenas
Vestem-se de negro, se encolhem.

Depois de saltar o Muro
A Princesa agora Mulher
Não pequena, Helena
Viu um Aviso …
                  É PROIBIDA A ENTRADA
                  A QUEM NÃO ANDAR
               ESPANTADO DE EXISTIR !

Ah Sim !
Esta é a Vida
Presente, Positiva
Agora
Look around …
QUEM ?
JOÃO SEM MEDO ?
Elas não têm gosto ou vontade
Têm medo apenas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro
The Past is a foreign country;
They do things differently there.’
Paper faces on parade
But a face
Will still pursue you !

Aquela jovem Mulher
Como outras
Não pequenas, Helenas
Não de Atenas
Queria Sim
Agora
Presente
 Positiva
Conhecer
Aquele
JOÃO SEM MEDO !

Look around
There’s another  Mask
Behind you !

 Era uma Vez
Duas
Três
Muitas Vezes …

Afinal
Era
Um Pretérito Imperfeito !

Bravo, Teresa
Encore !


Por Maria Margarida Cascarejo

Colaboradores virtuais: Chico Buarque ‘Mulheres de Atenas’, José Gomes Ferreira ‘Aventuras de João Sem Medo’, ‘O Fantasma da Ópera’ – Andrew Lloyd Webber (música), Charles Hart e Richard Stilgoe (letra de ‘Masquerade’), London Town (Tower Bridge), L. P. Hartley ‘The Go-Between’ e …

                                                           Look around
                                                                                        There’s another Mask

                                                                                        Behind you …

13/08/2014

Ana Daniela Soares conversa com Teresa Martins Marques

Teresa Martins Marques na Livraria Ferin

As Vozes Que Nos Escrevem

Ana Daniela Soares conversa com Teresa Martins Marques, investigadora, ensaísta, crítica literária, autora do livro A mulher que venceu D. Juan







OUVIR: http://www.rtp.pt/play/p922/e162820/as-vozes-que-nos-escrevem

10/08/2014

Ana Diogo - Diário de bordo

Apresentação do livro em Moncorvo.Foto :Lb
Ana Diogo
Um romance arrebatador que retrata uma hedionda realidade social
Incidindo sobre uma temática extremamente actual e dramática, o romance de Teresa Martins Marques é uma obra envolvente pelo seu assombroso realismo e conteúdo pungente… Como leitora, senti-me constantemente seduzida, incapaz de pousar o livro até ao final – não há um momento de cansaço, pelo contrário, o desejo e prazer de ler crescem à medida que se avança na leitura, e que a trama, altamente emotiva e cativante, se desenrola. É uma obra belíssima a todos os níveis e de inquestionável qualidade literária. Permito-me felicitar a autora pela excelência da escrita, pela audaz escolha de um tema tão polémico quanto urgente, pela seriedade com que o trata, mas também pelo enorme empenhamento cívico que a obra deixa transparecer. Nas palavras da personagem central - "A violência é um polvo tentacular. Não raro, vem embrulhada em celofane com o falso rótulo de amor." Recomendo vivamente!
(21.01.14)

 Contar a Leitura

Ana Diogo                        08-12-2013 17:50
Querida Teresa, Embora ansiosa por iniciar a leitura do seu livro, este fds tem sido demasiado agitado, com visita de familiares, e ainda pouco consegui avançar. No entanto, tive agora um tempinho e quero dizer-lhe que não consigo ultrapassar o capítulo "Na cave real" que li e reli uma data de vezes emocionadíssima. Sabe, nunca esqueci uma resposta um tanto enigmática que me deu no Verão quando eu me queixava de ter os meus netos tão longe... A Teresa respondeu algo que me impressionou muito: "Acredite que há ainda pior do que isso... E agora, lendo este capítulo (novo para mim), juro que não consigo sair daqui... estou em lágrimas e tinha que lhe dizer. Um beijinho, Teresa. A minha admiração e carinho transvasam.
.
Teresa Martins Marques            08-12-2013 19:19
É isso, querida Ana. Temos de saber ultrapassar os capítulos e os problemas. É preciso criar outros laços, outros interesses, outras formas de viver. Cada instante. Enquanto formos vivos. Um  beijo, T.
Ana Diogo          09-12-2013 22:32
Voltei, querida Amiga. Tenho medo de estar a ser inconveniente com esta necessidade de lhe dar conta das minhas impressões à medida que vou lendo o seu livro. Não me leve a mal... Isto de conhecer a autora é complicado... Ontem disse-me "Temos de saber ultrapassar os capítulos" e entendi que devia preparar-me para maiores dores. Compreendo agora quando uma vez disse que chorou muito ao escrever este livro. Eu tenho chorado a lê-lo, não posso sequer imaginar como terá sido dolorosa a sua escrita! E agora que tive de ler e reler o capítulo. "Ciúme e Narcisismo", parece que levei eu uma tareia de morte! Eu, mera leitora... Resta-me a esperança que tenha servido também de algum alívio, de catarse, à autora, porque coragem, acho que precisou de muita, desmedida! Desculpe estar a importuná-la com as minhas reacções, um pouco infantis talvez, à leitura que vou fazendo, mas é muito forte o impacto! Penso que outras pessoas talvez também tenham reagido e não tem de responder se lhe custa. Vou acabá-lo hoje, não tenha dúvida, porque estou absolutamente rendida à forma magnífica como escreve! Mesmo que doa… E depois vou reler, com mais calma – para aprender muito consigo… Não há forma de lhe agradecer uma tal dádiva! Um beijinho, Teresa. Imenso. Com muita ternura.
Ana Diogo          10-12-2013 16:55
Queridíssima Teresa
Como tencionava, terminei ontem a leitura do seu livro tão extraordinário! E digo-o não só em termos da temática que aborda, mas da forma primorosa como escreve. Como leitora senti-me constantemente seduzida, incapaz de pousar o livro, verdadeiro magnete – não há um momento de cansaço, pelo contrário, a apetência cresce à medida que se avança na leitura, dolorosa, sim, pelo conteúdo tão pungente, mas de inquestionável qualidade literária! O livro é belíssimo a todos os níveis, Teresa – só posso felicitá-la e regozijar-me consigo!
Tinha dito que os capítulos finais seriam duros de roer – obrigada por me ter avisado. São duros, muito mesmo, revelam meandros e podres da sociedade que nem se imaginam… e como é atroz a história de Lúcia, essa mulher extraordinária, tão generosa! Em contrapartida, o ‘Tango’ do Manaças é absolutamente delicioso, hilariante! 
E tem razão – que consolo, que beleza a carta de Beatriz! Se todo o livro é uma vigorosa tareia para o leitor, uma convocação do acordar para realidades tão escondidas, tão negligenciadas…, esta carta, plena de sensibilidade, de ternura, constitui um remate auspicioso, reabilitador da crença no ser Humano…

Neste momento estou embrenhada na 2ª leitura começada ontem já de madrugada, inadiável. Vou recolhendo as inestimáveis informações e esclarecimentos de âmbito literário (e não só!!) com que tão sábia e inteligentemente foi enriquecendo a obra. E educando o leitor menos esclarecido… Mas vou também observando com mais pormenor a forma admirável com que desfia este rol de personagens intensas, complexas, humanas, para o bem e para o mal, dando-lhes alma e dimensão psicológica. Magistralmente!

Ontem não cheguei a responder à sua observação sobre o prédio vermelho… Pelo pormenor e gosto com que o descreveu não me surpreende que seja a sua casa. Deve ser belíssima! Mas parece-me que o que mais a satisfez foi mesmo o facto de poder incluí-la no romance para aquele efeito específico! A Teresa é extraordinária!
Não sei como expressar de outro modo o quanto amei estas Mulheres/Homem que venceram os seus demónios! E acho que nunca lhe disse, mas vou dizer agora – gosto muito, muito e tenho um enorme orgulho na minha Amiga Teresa Martins Marques!

09/08/2014

A escritora Teresa Martins Marques apresentou no dia 1 de Agosto, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo a sua recente obra “A Mulher que Venceu Don Juan”.


 A escritora Teresa Martins Marques apresentou no dia 1 de Agosto, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo a sua recente obra “A Mulher que Venceu Don Juan”.
O livro aborda a problemática da violência doméstica, apresentando vidas escondidas de três personagens de fundo Amaro Fróis, Manaças e Joana.
A sessão teve início com as palavras do Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves. José Mário Leite procedeu à apresentação do livro, tomando ainda a palavra Teresa Martins Marques e um representante da âncora editora.
No final da cerimónia a autora deu uma sessão de autógrafos no pátio que interliga a Biblioteca Municipal e o Centro de Memória acompanhada por um porto de honra.

 O público aderiu à iniciativa promovida pelo Município de Torre de Moncorvo. 

Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, 6 de Agosto de 2014
Luciana Raimundo

04/08/2014

Mª Idalina Alves de Brito e " A MULHER QUE VENCEU DON JUAN "

Teresa Martins Marques em Torre de Moncorvo

De uma realidade nua e crua, tão longínqua e tão próxima, solta-se, de Trás-os-Montes ao Algarve e, por terras de além mar: Moçambique, Brasil ou Argentina, este romance tridimensional de Teresa Martins Marques, " A Mulher que venceu Don Juan ". O ela, nós e eles, entre elementos ficcionais e pessoas concretas, amadas e conhecidas do eu, na aventura do diálogo constante, directo e indirecto do drama ou do humor, nessa corajosa analogia de palavras com diferentes  valores simbólicos (alma, lama, frio, frois, froid, pág.43). "Tu és eu e eu sou tu" (pág. 79). Leonor caminha pela verdura do amor desalentado e cansado de mãe como em diversos socalcos da verdadeira vida. Quisera que a realidade fosse diferente! Mas, a violência assume contornos diversificados, mesmo na própria casa, e, com as pessoas que mais amamos.
O papel da APAV no apoio contra essas formas de tirania, revê-se na figura da Dr.ª Lúcia e das mulheres vítimas de violência doméstica como Sara, Marta e Odete e, mesmo no Prof. Luís, que transformaram o medo em sobrevivência heroica contida em raiva. Porque: "o amor não é mais forte do que nós. Se deixarmos que o seja, acabou-se a liberdade" (pág.88). Teremos de matar  "esse veneno chamado destino" e "recomeçar, não ter medo de recomeçar. Amanhã é sempre outro dia" (pág.103).
Uma cativante  aventura pelos caminhos da Filosofia, Literatura e Psicologia, evidenciando um imenso conhecimento literário, cultural e histórico, numa linguagem rigorosa e atrativa, que nos prende e suspende às suas páginas, na ânsia da compreensão do desenlace final. São exemplo: o conhecimento da Tavira árabe, o Porto ou a Lisboa de hoje e de ontem; a psicanálise de Freud e a filosofia de Kierkegaard e o seu " Diário do Sedutor " (págs  136, 137, 303 e 304), na interpretação da sexualidade patológica do Don Juanismo (masculino e feminino) e a sua essência teatral e manipuladora, do " não-ser e o não-estar em parte alguma, a não ser em trânsito ", para dominar e violentar o outro: " pássaro e cobra " da sedução, dada a sua incapacidade de amar outrem, a não ser a si próprio, na compulsividade inconsciente de se afastar (reprimir) do objecto do seu desejo: alguém do mesmo sexo, que quer, afinal (pág 234 e 235). Porque, na impossibilidade de " curar " um psicopata do amor "serial lover", o " amar é separar-se, quando do convívio só resulta dor " (pág 302).
Emerge este belo e cativante romance de Teresa Martins Marques, pelos mares bravios da realidade existencial que impiedosa  e cruel, nas diferentes faces de violência e exploração do ser humano, contrasta com os percursos laterais das ondas suaves de amor,  tolerância, solidariedade e liberdade, nunca desistindo de construir um mundo melhor pela dignificação da  vida das pessoas,  numa corajosa ética profissional, missão tão simples e dura de muitos (as) e tendo como lema de vida o de Manuela, numa frase de Eduardo Lourenço: " Não emprestarei os meus joelhos aos ídolos sentados no lugar impossível de Deus".
Parabéns e muito obrigada, Teresa Martins Marques, foste tu a Corajosa e Grande  " Mulher que venceu Don Juan ".
Bragança, 3 de agosto de 2014

Mª Idalina Alves de Brito

VER:

03/08/2014

ÂNCORA - UMA EDITORA AMIGA DOS AUTORES

Em Torre de Moncorvo.
Obrigada a António Baptista Lopes e a todo o staff da Editora!
Fizemos até agora 5 lançamentos do romance A MULHER QUE VENCEU DON JUAN:
Lisboa - Livraria Ferin- apresentação por Julieta Monginho e José Manuel Mendes.
Porto - Café Majestic - apresentação por Julio Machado Vaz.
Tavira - Salão Nobre da Câmara Municipal - apresentação por Adriana Freire Nogueira
Bragança- Centro Cultural Adriano Moreira - apresentação por Leonel Brito ou seja, Lelo Demoncorvo
Torre de Moncorvo- Biblioteca Municipal - apresentação por José Mário Leite.
Faremos ainda mais dois lançamentos:
Rio de Janeiro e São Paulo.
(Primeira e segunda quinzena de Setembro, respectivamente).
No mundo em que vivemos, os livros têm de ser dinâmicos e procurar os leitores.

OBRIGADA A TODOS OS APRESENTADORES!


Teresa Martins Marques