20/06/2015

Vítor Matos e "A Mulher que Venceu Don Juan"


Tive o gosto de conhecer a autora numa viagem de trabalho e após a nossa primeira conversa achei que era uma pessoa com o dom da palavra, logo imaginei que a sua escrita seria interessantíssima.
 Com a minha colaboração no blogue comecei a ler os comentários e claro  decidi ler o romance.
Qual o meu espanto ao sentir me com vontade de “devorar” página atrás de página. O envolvimento das personagens e o decorrer da história é alternado com muito conhecimento literário e assuntos para mim desconhecidos, motivo pelo qual fico ainda mais agradado por ter absorvido todo este conhecimento e ter ficado com vontade de aprofundar várias temáticas abordadas.
Em suma, foi um livro que além de conter uma história extraordinária, bem construída e desenvolvida, com um final com o qual eu já contava, mas que nem por segundos imaginei que o desfecho fosse feito por parte de quem o fez...
Espero ainda que muitas “Saras” leiam este romance e se libertem dos seus “Amaros” pois não precisamos de tais histórias, infelizmente reais, na nossa sociedade.
Foi um livro que me despertou ainda mais para o mundo literário e me abriu a mente para um novo projecto que me breve revelarei, pelo que só tenho de agradecer à autora por tal feito.

Um beijo,
Vítor

Vítor Matos, técnico de informática, formador e fotógrafo, é colaborador do blogue Farrapos de Memória (de Leonel Brito), tem vários trabalhos fotográficos publicados em jornais regionais, participou como fotógrafo nos documentários: "Ernesto Rodrigues - 40 anos de Vida Literária", "Freixo de Espada à Cinta - à vista de pássaro", Arquivo de Memória Oral das Minas da Borralha, Arquivo de Memória Oral de Freixo de Espada à Cinta e no filme "Do Roboredo ao Sabor", de Leonel Brito. Participou na exposição fotográfica intitulada "Alentejo", realizada em Elvas em Maio de 2015.

Giorgio de Marchis e "A mulher que venceu Don Juan"

Cara Teresa,
Acabo de ler A mulher que venceu Don Juan. Devido aos mil afazares no Departamento., demorei um pouco mais do que esperava para começar a leitura. Mas uma vez começada a leitura do romance, li sem parar e devorei o livro em poucos dias. O seu romance tem vigor, ritmo, mistério, denúncia social e encara questões sérias com seriedade, oferecendo ao leitor pérolas de humor e sabedoria (eu aprendi muito sobre muitas coisas que desconhecia em Portugal). Enfim, o seu romance é mesmo seu porque há nele tudo o que eu aprecio na sua autora.
Além disso, foi um prazer ver tantos amigos e conhecidos transformados em personagens romanescas. O seu, o nosso!, Prof. Ernesto Rodrigues aparece várias vezes e é sempre um gosto deparar-se nele, tanto na vida real como num romance.
Agora, esse doutor Amaro acho que entra de direito entre os malvados da literatura portuguesa. Aliás, o seu romance poderia chamar-se também Os Crimes do Doutor Amaro e acho que o Eça não ficava ofendido com isso.
Agora, aguardo o seguinte romance e, por enquanto, mando-lhe desde Roma o meu “grazie” pelas horas de deleitosa leitura que me ofereceu.
Um abraço amigo do seu leitor,
Giorgio 


Giorgio de Marchis é professor associado de Literatura portuguesa e brasileira na Universidade de Roma III. No âmbito das suas investigações, tem estudado o primeiro e o segundo Modernismo português, organizando edições crítico-genéticas de obras de Mário de Sá-Carneiro (O silêncio do dândi e a morte da esfinge. Edição crítico-genética de «Dispersão», Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2007) e de José Régio. Além de se interessar pelo romance português e brasileiro dos séculos XIX e XX, nos últimos anos tem estudado vários aspectos da literatura popular em Portugal (E… Quem é o autor desse crime? Il romanzo d’appendice in Portogallo dall’Ultimatum alla Repubblica (1890-1910), Milano, LED, 2009).