06/08/2015

"A Mulher que Venceu Don Juan" no Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário

"A Mulher que Venceu Don Juan", de Teresa Martins Marques, está na lista de livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário! Esta é uma obra de ficção que aborda temas muito pertinentes da vida actual, de que se destaca a violência nas relações. A prevenção é o melhor remédio, por isso, num país em que se estima que uma em cada três mulheres tenha sido ou seja vítima de violência doméstica, é urgente alertar os nossos jovens.

http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/escolas/uploads/livros/58_todas_as_listas_2014%283%29.pdf

05/08/2015

María José Rodríguez Figueíras e a A Mulher que Venceu Don Juan

A Mulher que Venceu Don Juan chegou às minhas mãos num sábado às 10 h da manhã, quando o abri pela primeira vez, e terminei as 326 páginas às 10 e meia da noite (tinha conhecimento de que havia sido publicado numa rede social e dado o seu êxito, a autora havia decidido convertê-lo num livro dando-lhe forma e desenvolvendo a trama).
Sinceramente esta história cativou-me, pela sensibilidade da autora, que soube tratar maravilhosamente um problema que afecta muitas mulheres e homens que na intimidade sofrem de violência doméstica, e de que até há pouco tempo nem se mencionava. Ou se pedia ajuda à família, respondiam que era o seu marido, disso não se fala, alguma coisa fizeste para merecer isso, etc. O tema é tão grave que se reclamou das Nações Unidas para que preste mais atenção a estes abusos no âmbito privado já que causam mais mortes que as guerras, e que custam segundo os especialistas mais de 6 191 milhões de euros por ano.
Desgraçadamente em Espanha já levamos 40 mortes nestes 11 meses, mulheres que são maltratadas física e psicologicamente (também há homens, detalhe que não quero esquecer.), nem tão pouco a essas mulheres que silenciosamente e por vergonha as sofrem no silencio das suas casas, e que seguramente entre as presentes haverá mais do que uma.
Este livro é especial por vários motivos, primeiro por retratar a violência num caso que ocorre numa classe social alta, quando estamos habituados a que cheguem aos nossos ouvidos casos como estes de famílias desestruturadas, e este tipo de comportamentos não tem classes, ocorre em todos os extractos da sociedade.
E segundo, por fazer um detalhe pormenorizado e detalhado do papel de D. Juan, com referências a textos da literatura espanhola, francesa, dinamarquesa, Kierkegaard, por exemplo… Senão porque paralelamente, a escritora Maria Teresa Martins Marques dá uma explicação teórica do comportamento destes sociopatas, da parte da responsabilidade que têm os pais, de educar os filhos colocando-os no centro da atenção dos seus progenitores, convertendo-os em absolutos egocêntricos que simplesmente não sabem dar nem conhecem o significado da palavra amar, assim como o mal que causam à sua volta, até em mulheres e homens com capacidade intelectual elevada que são subjugados emocionalmente devido à sua baixa auto-estima.
A autora faz deste trabalho algo vivo que cativa, onde se mistura a realidade mais absoluta, o sofrimento com a ironia e o sentido de humor que prende e não deixa abandoná-lo, na expectativa de conhecer na página seguinte o que acontece à protagonista, Sara, que teve a desgraça de se cruzar na sua vida com um depradador emocional? Um Don Juan, que abundam na nossa sociedade sobretudo em profissões liberais, médicos, políticos, advogados, etc. Uma trama de diferentes personagens implicadas entre si sem conhecer o motivo e que na trama final descobrem-se as suas entrelaçadas implicações. 
Recomendo encarecidamente a leitura deste grande livro, A Mulher que Venceu Don Juan, que estou convencida que não só será um êxito para a sua autora, Maria Teresa Martins Marques, senão também para a Âncora Editora, que teve a sensibilidade de dar-se conta do valor que estas páginas encerram.

María José Rodríguez Figueíras