Cara Teresa,
Acabo de ler A mulher que venceu Don Juan. Devido aos mil afazares no Departamento., demorei um pouco mais do que esperava para começar a leitura. Mas uma vez começada a leitura do romance, li sem parar e devorei o livro em poucos dias. O seu romance tem vigor, ritmo, mistério, denúncia social e encara questões sérias com seriedade, oferecendo ao leitor pérolas de humor e sabedoria (eu aprendi muito sobre muitas coisas que desconhecia em Portugal). Enfim, o seu romance é mesmo seu porque há nele tudo o que eu aprecio na sua autora.
Além disso, foi um prazer ver tantos amigos e conhecidos transformados em personagens romanescas. O seu, o nosso!, Prof. Ernesto Rodrigues aparece várias vezes e é sempre um gosto deparar-se nele, tanto na vida real como num romance.
Agora, esse doutor Amaro acho que entra de direito entre os malvados da literatura portuguesa. Aliás, o seu romance poderia chamar-se também Os Crimes do Doutor Amaro e acho que o Eça não ficava ofendido com isso.
Agora, aguardo o seguinte romance e, por enquanto, mando-lhe desde Roma o meu “grazie” pelas horas de deleitosa leitura que me ofereceu.
Um abraço amigo do seu leitor,
Giorgio
Giorgio de Marchis é professor associado de Literatura portuguesa e brasileira na Universidade de Roma III. No âmbito das suas investigações, tem estudado o primeiro e o segundo Modernismo português, organizando edições crítico-genéticas de obras de Mário de Sá-Carneiro (O silêncio do dândi e a morte da esfinge. Edição crítico-genética de «Dispersão», Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2007) e de José Régio. Além de se interessar pelo romance português e brasileiro dos séculos XIX e XX, nos últimos anos tem estudado vários aspectos da literatura popular em Portugal (E… Quem é o autor desse crime? Il romanzo d’appendice in Portogallo dall’Ultimatum alla Repubblica (1890-1910), Milano, LED, 2009).
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