“Que me perdoem as raparigas que acham que o feminismo já
não serve para nada. Aquelas que, cultas, sofisticadas e independentes,
consideram que é um sinal de inferioridade lutar pelas mulheres indefesas e
vítimas de uma sociedade ainda machista e cruel para com as mulheres, não
apenas no nosso país, como em todo o mundo. Aquelas que se recusam a comemorar
o Dia da Mulher por considerar um sinal de inferioridade do género (talvez não
saibam qual o acontecimento trágico que deu origem a essa comemoração). Nós, as
auto-confiantes, as independentes, as que tivemos a sorte de ter um futuro,
pelas mais variadas razões (boas famílias, acesso a estudos superiores e a bons
empregos, etc.) devemos ser conscientes das que não gozaram das facilidades que
tivemos e que são vítimas diárias (basta ver, só no nosso país, a estatística
brutal de mulheres vítimas de violência doméstica e assassinadas pelos
companheiros e ex-companheiros). É por isso que agradeço a Teresa Martins
Marques o seu belíssimo livro que, além de um romance muito bem escrito sobre o
tema do Don Juanismo, combinando uma erudição fabulosa e que cruza
conhecimentos de várias áreas, numa linguagem escorreita e despretensiosa, é um
hino de homenagem a essas mulheres corajosas que souberam fintar o seu destino,
uma homenagem também ao trabalho inexcedível da APAV, cujo aparecimento tem
contribuído para uma viragem na vida de muitas mulheres. Obrigada, Teresa!
Corajosa, sempre."
Maria João Cantinho - FACEBOOK- 27 de Janeiro de 2013
MARIA JOÃO CANTINHO
A Garça, editora Diferença, Leiria, 2001.
Abrirás a Noite com
um Sulco, Lisboa, editora Hugin,
Lisboa, 2002.
O Anjo Melancólico, editora Angelus Novus, Coimbra, 2003.
Sílabas de Água, editora Ver-o-Verso, Porto, 2005.
A História do
Palhaço Bonifácio, editora
Ver-o-verso (no prelo).
Caligrafia da Solidão, no prelo
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Do conceito de Violência Divina em Benjamin ao Conceito de Violência em Zizek
Mais do que nunca precisamos de pensar no papel da violência e do seu poder e na função que ela tem, atualmente, nos nossos regimes supostamente democráticos. Quer na sua função de manter a ordem, a violência do direito, a jurídica, a que é exercida para manter a ordem e sancionar, seja na violência revolucionária, quiçá legítima, como ela é exercida hoje, por toda a Europa, Norte de África (nos países como Egipto, Tunísia) ou seja, ainda, como nos mostram os mais recentes acontecimentos, particularmente na Turquia, Ucrânia, etc..
Como pensar atualmente a violência como poder (Gewalt) -independentemente das conotações que possa ter o conceito - , nas nossas sociedades que estão cada vez mais ameaçadas pelo imperialismo económico, fazendo desintegrar a mais importante conquista da Europa, que era o “Estado Social”? Não se terão transformado as nossas democracias em algo em que vigora já a lei de exceção? É neste contexto que nos interessa considerar a pertinência do pensamento de Zizek e da sua interpretação ou releitura do conceito de violência divina de Walter Benjamin.
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