DE HELENA, UMA LEITORA DE «A MULHER QUE VENCEU DON JUAN»
E agora, Teresa, querida Teresa? agora o que se segue a este vazio que fica
quando termino de ler a Mulher que o venceu?
ontem dizia à Anabela que não tenho adjetivo nenhum, ou melhor, nenhum conjunto
deles estaria próximo do que senti ao ler estas suas palavras, muito embora com
contributo de muitos, saídas de si.
estou encantada!!!!!!!!!!!!!!!
encantada por tanto!!!
pela forma como sente o que escreve ( porque só pode escrever assim, quem sente
).
por nos transportar para universos tão distantes e tão próximos, com nomes tão
diferentes e vivências tão semelhantes.
confessei à Anabela também, logo no final do segundo capítulo, que este livro
mudou a minha vida.
ontem, quando terminei a leitura confessei-lhe.
explico porquê.vou tentar ser breve.
esta Sara de nome Helena, casou-se com um médico atraída pela delicadeza,
dedicação e..sei lá..veneração, após um casamento falhado,com um homem que
passava por ela como se por uma folha de papel transparente se tratasse e a
humilhava, mesmo em público (para ser breve).
foram 3 anos de gaiola dourada, com todo o luxo numa casa na Penha Longa,
Porsche sem sr. Joaquim, mas com um ataque de pânico que lhe valeu um ano de
sono forçado e tratamento psiquiátrico intenso ( o primeiro psiquiatra teve tão
bons resultados após a primeira consulta, que foi obrigada, por ciúmes do
marido a procurar outro!!!!!!!!)...passou a fingir nunca estar assim tão bem à
saída das consultas, e aos poucos, recuperou a vontade de ...poder morrer em
paz!
estranhou, quando telefonou ao psiquiatra a contar o sucedido, ele contar ser
habitual!
quando num fim de semana o marido foi ao Porto a um seminário, regressou a uma
casa vazia, um pequeno carro carregado por duas vezes chegou para transportar
tudo o que era importante (dela e dos seus dois filhos).
agora na primeira pessoa..
....com todos os outros de um extenso areal... |
recuperei resto da minha alegria, junto a um homem que desde há muitos anos se
impressionara com a humilhação que me viu sofrer num jantar num restaurante no
Guincho com o primeiro estupor!... venho saboreando cada momento de cada dia,
cada hora de cada noite junto a ele e dando valor ao apreço, respeito, carinho,
dedicação e amor deste 'Luís', o Pedro.
o psiquiatra que me acompanhou, um verdadeiro gentleman a quem devo tudo o que
hoje tenho e vivo, recomendou-me alguns livros que li na altura...mas foi esta
"mulher que venceu d. juan" que me fez tomar consciência do meu grão
de areia, pela sua pequenez e pela semelhança com todos os outros de um extenso
areal...
e para terminar...e porque as mães não são todas iguais,nem vão visitar os
filhos à prisão, e porque muitas vezes não querem ver a infelicidade estampada
no rosto das filhas em prol dos Porsches e das piscinas de águas quentes...ofereci
esta sua ( perdão agora nossa ) pérola à minha mãe no dia do seu aniversário,
na esperança de um dia entender que houve uma Esmeralda tão perto dela e ao
mesmo tempo tão longe.
bem haja, teresa, por o ter escrito, pelo bem que fez e que fará às gerações
que estão para vir, pelo alerta, pela mensagem de esperança que deixa e pelo
" não vence quem não tenta", que de uma forma tão exemplar nos leva a
fechar o livro, cheios de esperança!
abraço reconhecido e cheio de admiração!!!!!!!!!!!!
Helena
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