15/04/2014

MARIA JOÃO CANTINHO e "A Mulher que Venceu Don Juan"

“Que me perdoem as raparigas que acham que o feminismo já não serve para nada. Aquelas que, cultas, sofisticadas e independentes, consideram que é um sinal de inferioridade lutar pelas mulheres indefesas e vítimas de uma sociedade ainda machista e cruel para com as mulheres, não apenas no nosso país, como em todo o mundo. Aquelas que se recusam a comemorar o Dia da Mulher por considerar um sinal de inferioridade do género (talvez não saibam qual o acontecimento trágico que deu origem a essa comemoração). Nós, as auto-confiantes, as independentes, as que tivemos a sorte de ter um futuro, pelas mais variadas razões (boas famílias, acesso a estudos superiores e a bons empregos, etc.) devemos ser conscientes das que não gozaram das facilidades que tivemos e que são vítimas diárias (basta ver, só no nosso país, a estatística brutal de mulheres vítimas de violência doméstica e assassinadas pelos companheiros e ex-companheiros). É por isso que agradeço a Teresa Martins Marques o seu belíssimo livro que, além de um romance muito bem escrito sobre o tema do Don Juanismo, combinando uma erudição fabulosa e que cruza conhecimentos de várias áreas, numa linguagem escorreita e despretensiosa, é um hino de homenagem a essas mulheres corajosas que souberam fintar o seu destino, uma homenagem também ao trabalho inexcedível da APAV, cujo aparecimento tem contribuído para uma viragem na vida de muitas mulheres. Obrigada, Teresa! Corajosa, sempre." 
Maria João Cantinho - FACEBOOK- 27 de Janeiro de 2013


 MARIA JOÃO CANTINHO

 Nasceu a 3 de Outubro de 1963, em Lisboa. Passou a infância em Angola, de onde regressou em Fevereiro de 1975. Estudou na Universidade Nova de Lisboa, onde se licenciou em Filosofia. Realizou tese de mestrado, Sob a orientação de Maria Filomena Molder, intitulada "O Anjo Melancólico; sobre o conceito de alegoria na obra de Walter Benjamin" (publicada na Angelus Novus). Realizou Doutoramento, Com orientação de Maria Filomena Molder (UNL) e Co-orientação de Gérard Bensussan (UMB, Strasbourg) com a tese intitulada "Walter Benjamin, entre o Messianismo e a Revolução: a História Secreta". Actualmente lecciona no ensino secundário, no Iade, é investigadora do CFUL (Lisboa) e do Centre d'Études Juives (Sorbonne), membro da Direcção do PEN Clube Português, Sócia da APE (Associação Portuguesa de Escritores) e do APCL (Associação portuguesa de críticos literários). Colabora regularmente com a Colóquio-Letras e várias revistas literárias e académicas.

Bibliografia
A Garça, editora Diferença, Leiria, 2001.
Abrirás a Noite com um Sulco, Lisboa, editora Hugin, Lisboa, 2002.
O Anjo Melancólico, editora Angelus Novus, Coimbra, 2003.
Sílabas de Água, editora Ver-o-Verso, Porto, 2005.
A História do Palhaço Bonifácio, editora Ver-o-verso (no prelo).
Caligrafia da Solidão, no prelo
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Do conceito de Violência Divina em Benjamin ao Conceito de Violência em Zizek

Mais do que nunca precisamos de pensar no papel da violência e do seu poder e na função que ela tem, atualmente, nos nossos regimes supostamente democráticos. Quer na sua função de manter a ordem, a violência do direito, a jurídica, a que é exercida para manter a ordem e sancionar, seja na violência revolucionária, quiçá legítima, como ela é exercida hoje, por toda a Europa, Norte de África (nos países como Egipto, Tunísia) ou seja, ainda, como nos mostram os mais recentes acontecimentos, particularmente na Turquia, Ucrânia, etc..
Como pensar atualmente a violência como poder (Gewalt) -independentemente das conotações que possa ter o conceito - , nas nossas sociedades que estão cada vez mais ameaçadas pelo imperialismo económico, fazendo desintegrar a mais importante conquista da Europa, que era o “Estado Social”? Não se terão transformado as nossas democracias em algo em que vigora já a lei de exceção? É neste contexto que nos interessa considerar a pertinência do pensamento de Zizek e da sua interpretação ou releitura do conceito de violência divina de Walter Benjamin.
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