06/07/2014

«A Mulher que Venceu Don Juan» é um "PAGE TURNER" - Tertúlia


A Mulher que Venceu Don Juan é um romance que do começo até ao fim engaja a curiosidade e a atenção do leitor. Um page turner, como se diz lá por onde moro. Tal como o(s) seu(s) enredo(s), também a temática, cobrindo questões significativas e de todos os tempos, como relações filiais e de género (para nomear apenas as mais óbvias), despertam grande interesse pela sua pertinência e actualidade. Se algo me inspira alguma reticência será o que eu definiria como tendência para radicalizar comportamentos e temperamentos, gerando situações e personagens talvez demasiado extremadas para poderem sempre captar as profundas complexidades e nuances da vida humana.
Leonor Simas-Almeida, Directora de Estudos de Pós-Graduação, Department of Portuguese and Brazilian Studies, Brown University (EUA)

Teresa Martins Marques
Hoje disseram-me que «A Mulher que Venceu Don Juan» é um "PAGE TURNER"
O que pensam disso?
  • Jorge Gaspar Já era.
    há 19 horas · Gosto · 1
  • Helena Vasconcelos Claro que é. Vertiginoso.Ver tradução
    há 19 horas · Gosto · 2
  • Teresa Martins Marques Helena Vasconcelos fiquei sem saber se era censura ou o contrário. Tive vergonha de perguntar à pessoa.
    há 19 horas · Gosto · 1
  • Jorge Gaspar page-turner: um livro tão excitante ou emocionante que se é obrigado a lê-lo muito rapidamente.
    há 19 horas · Gosto · 2
  • Jorge Gaspar Ou seja... na emoção a realidade.
    há 19 horas · Gosto · 1
  • Alda Balula Foi mesmo ! Era tal o entusiasmo que continua apetecer entrar outra vez nele e ficar com ele por perto ! Gostei tanto que ... tenho recomendado ! Beijinho
    há 19 horas · Gosto · 1
  • Teresa Martins Marques E isso não será um pouco invasivo da vida do leitor?
  • Jorge Gaspar Nada disso, Teresa Martins Marques. Pelo contrario, há que falar do que é preciso . E combater.
    há 19 horas · Gosto · 1
  • Anabela Canhestro Ferro Eu quando começei a ler não parei at+e acabar!!!
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Helena Vasconcelos Querida Teresa, é claramente um elogio, o que mais poderia ser?
    há 18 horas · Gosto · 3
  • Teresa Martins Marques Não acham que eu posso ter radicalizado os comportamentos? Olhem que eu estou mesmo a aconselhar-me convosco! Isto não é fita!!!!
    há 18 horas · Gosto · 1
  • Teresa Martins Marques Helena Vasconcelos A pessoa achou que eu radicalizei os comportamentos e na opinião dela isso não será bom.
  • Jorge Gaspar Salvo melhor opinião, comportamentos radicalizados estão no "comportamento" da história(s).
  • Ana Diogo Grande elogio, Teresa! Parabéns! e é bem verdade - uma vez começando, não há como largar e depois é preciso reler com mais calma para desfrutar de todo o prazer que a leitura nos oferece! Já mt gente lho tinha dito... Beijo.
    há 18 horas · Gosto · 3
  • Teresa Martins Marques Eu parti da hipótese de que um psicopata (Amaro) não muda e vai até ao limite. Uma borderline (Joana) vai agredir até ao fim dada a sua insegurança. Um histriónico (Manaças) fará de bobo sempre, porque é a sua natureza. E são estes os radicalizados. Mas há tanta maneira de ver as coisas! E eu presto muito atenção ao que me dizem.
    há 18 horas · Gosto · 3
  • Ana Diogo Qual radicalizar!! Construiu tipos - e bem reais!! Não há exageros - gente daquela existe, (in)felizmente. Para o bem e para o mal...
    há 18 horas · Editado · Gosto · 1
  • Teresa Martins Marques E outra coisa sobre a qual tenho dúvida: Deveria eu ter metido aquela teoria sobre o donjuanismo que está na base da tese da Manuela? Houve uma pessoa que me disse que aquilo atrasa a história, que está a mais.
    há 18 horas · Gosto · 1
  • Ana Diogo Penso que fez uma caracterização muito aprofundada desses 'tipos' e os analisou múltiplos aspectos. Não vejo que haja exagero...
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Teresa Martins Marques Este livro nasceu a ouvir os leitores e vai continuar assim. Consulto-vos sempre que tenha dúvidas. Dão-me licença de publicar no blogue do romance este diálogo de hoje ?
    há 18 horas · Gosto · 4
  • Ana Diogo Essa questão é discutível - claro que há um corte na história, mas é totalmente plausível e torna a obra maior do que um simples thriller. Não é apenas entretenimento, tb se aprende... e isso só pode ser positivo!
    há 18 horas · Editado · Gosto · 3
  • Teresa Martins Marques Uma pessoa que fez um longo elogio ao romance disse que essa parte teórica "ofende a história". Eu fiquei a matutar nisso sobretudo por causa do verbo "ofender".
  • Jorge Gaspar Desde a publicação por aqui no Facebook, que a História se foi completando com as criticas e sugestões de todos. A publicação em livro serve para ter em papel, uma sumula de um tema bem "precioso" e de necessária divulgação.
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Ana Diogo Não concordo nada com essa opinião! Ofender no sentido de afectar, será? Mas não acho - penso que enriquece. Mas acredito que alguns leitores poderão passar por cima da parte mais 'académica' por apenas estarem interessados na estória.
    há 18 horas · Gosto · 1
  • Teresa Martins Marques Eu creio que quis dizer "partir" Todavia "ofender "é mais forte : isto no contexto de um grande elogio deixou-me perplexa, sem saber bem o que pensar.
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Jorge Gaspar E as palavras têm sempre, ou são passivas de interpretações...
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Ana Diogo Não senti que houvesse um corte no desenrolar da narrativa. Há partes de grande reflexão (que são mt importantes) e a questão do tema da tese e da sua discussão vem absolutamente a propósito e parece-me mt bem integrada, introduzida na altura certa. É a minha opinião de leitora que devorou o livro.
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Elisabete Bravo Que parvoíce.... Ver tradução
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Manuel A. Belo Silva A melhor coisa que pode acontecer a um(a) escritor(a),é ter uma obra que seja " discutível "....não há melhor...!
    há 18 horas · Gosto · 4
  • Teresa Martins Marques Com isso eu concordo Manuel.
    há 18 horas · Editado · Gosto · 4
  • Teresa Martins Marques Elisabete Bravo Parvoíce eu perguntar? Ou parvoíce terem dito isso?
    há 18 horas · Gosto · 1
  • Teresa Martins Marques Lelo Demoncorvo Como ninguém se opôs acho que poderá publicar este diálogo. No blogue preserva-se mais do que no facebook.
    há 18 horas · Gosto · 2
  • Elisabete Bravo Dizerem e ficar a pensar nisso... não há já mais que provas ou mérito para? Digo eu. Beijinho.
    há 18 horas · Gosto · 1
  • Jorge Gaspar Salvo melhor opinião, nada a opôr. Tudo o que sirva para relevar a obra, é importante.
    há 18 horas · Gosto · 1
  • Teresa Martins Marques Elisabete Bravo É justamente nas críticas que devemos pensar ainda mais. Porque os elogios são muitas vezes fruto da generosidade e da amizade. Eu fico a pensar nisso construtivamente, porque no próximo romance tomarei tudo em conta: o negativo e o positivo. Um beijinho.
    há 18 horas · Gosto · 5
  • Elisabete Bravo Lógico mas... há críticas e... críticas. 
  • Manuel A. Belo Silva Se me permite Teresa,eu não faria nem uma coisa nem outra,porque, o que agora é por alguns,considerado negativo,na próxima,certamente,considerarão positivo e assim por diante....Ora,é sabido que jamais será consensual a pessoa que se atreve a escrever uma linha que seja. No panorama da escrita nacional é recorrente até entre os " escribas cá do burgo ",haver a falta de consenso nas e das suas obras,e,não é por tal facto que vão mudar os paradigmas ou " formas " de pensamento ou concepção das suas obras.Apenas um exemplo de dois Autores que se " degladiavam " ,umas vezes,veladamente,outras nem por isso....J. Saramago e A. L. Antunes.
    há 17 horas · Gosto · 4
  • Odete Coelho Só cheguei agora...Muito interessante a conversa. Na minha opinião, a parte teórica não "ofende" a história. Mas vou confessar uma coisa: na primeira vez que li o livro, quase que saltei essa parte, tal era a sofreguidão em chegar ao fim da teia do romance. Em leituras posteriores li essa parte e com todo o interesse. Vem a propósito e, como tal, enriquece o romance. É a minha percepção.
    há 17 horas · Gosto · 3
  • Teresa Martins Marques Agradeço-vos muito a vossa colaboração. E vamos ficar com esta conversa no blogue .
    há 16 horas · Gosto · 3
  • Maria van der Bent Tb. só cheguei agora. Resumindo:1) page turner, no sentido de apetecer ler de uma fiada, SIM. No sentido de best-seller rasca, obviamente não; 2) radicalização de certas personagens, quanto muito do Amaro que é mau through and through, como dizem os ingleses. Talvez essa pessoa nunca tenha conhecido alguém como ele e por isso ache exagerado. Estou a pensar neste momento num homem, no qual a Teresa tb. deve ter pensado, cujo comportamento, pelo que fez e faz sofrer a ex-mulher, é muito equivalente, no entanto, provavelmente sem a ligação ao crime organizado, não sei...3)quanto à parte teórica, acho que não prejudica nada o decorrer da acção e gostei muito de tudo o que se relaciona com a tese, como por ex., a conversa Lúcia/Manuela, mas eu sempre gostei do Ion e outros diálogos do Platão. Este ponto é mesmo uma questão de gosto. Mas, Teresa, nunca se pode agradar a toda a gente...a maioria gosta.
    há 16 horas · Gosto · 5
  • Teresa Martins Marques Obrigada, mesmo! Lelo Demoncorvo Blogue...
  • Manuel da Mata Este livro é um marco. Creio que se pode falar de um antes e de um depois de "A Mulher que Venceu D. Juan". Sendo um romance dos nossos dias, quando lido, fica-se a gostar dele como dos grandes romances do séc. XIX. O que não é coisa pouca.
    há 7 horas · Gosto · 2
  • Paulo Chinopa Teresa , eu percebi que os personagens estavam radicalizados mas, sempre parti do princípio que esse facto presidia à lógica do folhetim e constituía uma técnica de entrosamento com dinâmica narrativa. Se os personagens fossem mais espessos, o folhetim poderia ganhar alguma coisa, admito, mas também iria perder muito. Portanto, esse compromisso não tira valor à obra. 
    Já agora, fiquei a saber o que era "page turner" vulgo: para folhear. É que a princípio pensei que era deslumbramento, por analogia com os quadros do dito pintor: Turner.... 
    há 6 horas · Gosto · 2
  • Teresa Martins Marques Paulo Chinopa A definição dos dicionários para page-turner: um livro tão excitante ou emocionante que se é obrigado a lê-lo muito rapidamente.
    há 6 horas · Gosto · 3
  • Teresa Martins Marques Ver esta definição no comentário do Jorge Gaspar, que confirmei também no dicionário.
    há 6 horas · Gosto · 2
  • Teresa Martins Marques Para que nos entendamos sobre o significado de "Radicalizar" - Levar a extremos. Não significa falta de espessura. Significa excesso revelado nos comportamentos.
    há 6 horas · Gosto · 2
  • Teresa Martins Marques Logo à noite converso mais convosco, se for da vossa vontade.
    há 6 horas · Editado · Gosto · 1
  • Ana Diogo Já tinha ontem confirmado no dicionário:
    page-turner, noun
    - a book so exciting or gripping that one is compelled to read it very rapidly.
    ...Ver mais
    Ver tradução
    há 5 horas · Gosto · 1
  • Paulo Chinopa Então é um Page Turner, lê-se de um fôlego. Lembro-me de ter devorado livros, a uma velocidade que hoje já não consigo. Agora outra questão, ler-se assim tão rapidamente é negativo? Eu sei que é boa educação e salutar comer devagar, agora, o ler....já ...Ver mais
    há 5 horas · Gosto · 2
  • Ana Diogo Penso que é no sentido em que desperta tanto interesse que o leitor deseja continuar a ler sem parar, "de um fôlego" - isso é positivo, do meu ponto de vista. Como disse antes, é o tipo de livro que se deseja reler depois com mais vagar para o apreciar no seu aspecto estilístico e na sua textura.
    há 5 horas · Gosto · 1
  • Ana Diogo E concordo com Manuel da Mata - "Este livro é um marco. Creio que se pode falar de um antes e de um depois de "A Mulher que Venceu D. Juan"."
    há 4 horas · Gosto · 1
  •  Odete Coelho Concordo com a Ana Diogo. Foi exactamente o que aconteceu comigo como já referi. Uma primeira leitura "sôfrega" com pressa de chegar ao fim e saber o mais depressa possível o desenlace da história. As leituras seguintes com muito mais vagar para apreciar todos os pormenores. Nem todos os livros me "obrigam" a duas leituras...
    • Teresa Martins Marques Obrigada a todos(as) . Um abraço grato pela vossa disponibilidade .
      há 23 horas · Gosto · 3
    • Teresa Martins Marques Um nota final: Manuel da Mata e Ana Diogoclaramente viram o livro sob o signo da hipérbole. Nem pensar! Este é um livro honesto. Não pretende ser nada mais do que isso..
      há 22 horas · Editado · Gosto · 1
    • Ana Diogo Claro que "é um livro honesto"! Sem discussão! Mas é mais do que apenas um 'bom livro'!

      • Ana Diogo Foi uma discussão mt interessante. Obg, Lelo Demoncorvo, por a ter publicado no blog.
      • Teresa Martins Marques Obrigada Lelo Demoncorvo! Fica assim documentada a nossa relação dinâmica ! Considero absolutamente essencial que os autores oiçam os seus leitores. Obrigada a todos(as) !
      • Maria Carlos Aldeia · 3 amigos em comum
        A história (diegese) é bastante valorizada em A Mulher que Venceu Don Juan e está arquitectada por forma a cativar a atenção do leitor, sobretudo a partir do meio do romance, altura em que os fios da trama se começam a cruzar e o ritmo narrativo acelera. Considerando apenas este aspecto, poder-se-á enquadrar a obra no estereótipo referido de romance “page turner”. Porém, o romance de Teresa Martins Marques vai muito para além da sua diegese hiperdinâmica, pois esta é entrelaçada pelo discurso do narrador que com os seus excursos e digressões, que não obstante poderem atrasar a progressão da história e com isso frustrarem os leitores mais ansiosos, ele (o discurso) constitui uma parte fundamental do romance por várias razões de entre as quais destaco, o seu carácter informativo e formativo, cumprindo, por certo, alguma intenção autoral pedagógica, e também pelo seu pelo seu valor estético literário, que partilha com a própria história, ou seja, os dois, história e discurso, constituem duas metades da mesma concha, que unindo-se se completam. 
        Maria Carlos Lino Aldeia
      • Ana Diogo Maria Carlos Aldeia, concordo absolutamente com a sua análise! E quem me dera ter eu tido palavras para a fazer assim tão bem!
      • Teresa Martins Marques Muito obrigada pela atenção crítica.
        há 6 horas · Gosto · 1
      • Lelo Demoncorvo O INÍCIO ...A Mulher que Venceu Don Juan é um romance que do começo até ao fim engaja a curiosidade e a atenção do leitor. Um page turner, como se diz lá por onde moro. Tal como o(s) seu(s) enredo(s), também a temática, cobrindo questões significativas...Ver mais
        há 5 horas · Gosto · 1
      • Ana Diogo Pois... é com esta apreciação de "radicalizar comportamentos e temperamentos" que, como já disse, não concordo mesmo nada! Nem vejo "personagens extremadas", vejo a realidade descrita com a fealdade que tb existe na nossa sociedade. Quanto à 1ª parte, aí sim, estou de acordo!! "um romance que do começo até ao fim engaja a curiosidade e a atenção do leitor" com "pertinência e actualidade"!! Isso, sim!
        há 5 horas · Editado · Gosto · 1
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